É comum ouvir falar sobre o autismo pela importância que o tema tem. Pouco a pouco pesquisas evidenciam ainda mais a singularidade por trás deste universo. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por comportamentos repetitivos e estereotipados e defasagem na linguagem e interação social.
Os sinais podem ser identificados na Primeira Infância, por volta de 1 a 2 anos de idade e até mais cedo em bebês de 6 a 9 meses.
O termo espectro é utilizado como denominação porque engloba diversas características com variações na severidade das manifestações dos sintomas. Isto é, cada pessoa é afetada de forma diferente. Dessa forma, a depender do grau o transtorno pode limitar a capacidade de alguns indivíduos de realizar atividades diárias e participar da vida em sociedade de uma forma independente.
Ainda vale ressaltar que o autismo não tem cura, é uma condição permanente que acompanha a criança ao longo de todas as fases da vida. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que uma em cada 160 crianças têm o transtorno em todo o mundo. E a Organização das Nações Unidas (ONU), definiu o 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a data chama a atenção para o tema.
Quais são os sintomas do autismo?
Os principais sintomas do autismo costumam aparecer cedo e devem ser observados. Isso porque ele afeta o desenvolvimento de áreas muito importantes para a vida de qualquer pessoa em sociedade. Como a interação social, a comunicação e o comportamento.
Na esfera da interação social, é possível observar que as crianças possuem dificuldades na socialização e nas relações sociais. Geralmente não possuem muitos amigos, preferem mais o isolamento, não gostam muito de compartilhar brinquedos e brincadeiras. No aspecto da comunicação, a fala e a linguagem podem ser afetadas, a criança pode ter um atraso de fala e não conseguir se comunicar por meio de outros signos, como o olhar ou apontar para o que ela quer chamar a atenção.
Já no comportamento se destacam movimentos repetitivos com o corpo (se balançar para a frente e para trás) e a dificuldade na mudança de rotinas.
Portanto, os pais devem se preocupar e estar atentos quanto aos marcos do desenvolvimento infantil, momento em que a criança adquire as esperadas habilidades, como o engatinhar, bater palmas, caminhar, entre outras.
Dessa maneira, é preciso observar se a criança possui atrasos, entre eles, na fala e linguagem; na intenção comunicativa, ou seja, se ela consegue compartilhar atenção dos pais; se ela tem uma boa interação, se atende pelo nome ou consegue manter contato visual.
Qual é a importância do diagnóstico e tratamento precoce?
Não existe exame laboratorial que possa identificar o autismo. O teste para se obter o diagnóstico é clínico. Ele é feito a partir da observação comportamental da criança.
Dessa forma, a intervenção terapêutica precoce é muito importante para minimizar os danos e atrasos no desenvolvimento infantil.
A diretora clínica do Instituto Fale, principal centro de referência na Primeira Infância em Brasília, Ana Leonor, explica que os grandes marcos acontecem nos primeiros anos de vida. Onde o cérebro da criança tem maior capacidade para fazer conexões neurais. É nesta fase que os pequenos têm um processo de aprendizado que avança de uma maneira gradual. Por isso o diagnóstico precoce é importante. “O primeiro grande marco é até os três anos. Quando toda a estrutura emocional está desenvolvida. Já o arcabouço cognitivo da criança é desenvolvido até os seis anos. Que diz respeito ao aprendizado de comportamentos relacionados à interação, socialização, tomada de decisão e julgamento.”
Para a fonoaudióloga essa base, que deve se desenvolver nos momentos certos, é carregada para a vida toda. “O diagnóstico precoce é sempre mais barato e eficaz. Porque ele impede que comportamentos inadequados sejam sistematizados”, explica.
A especialista esclarece que a intervenção tardia é mais trabalhosa porque além de lidar com as dificuldades naturais da criança em fase de desenvolvimento. Ainda é preciso remediar comportamentos inadequados que foram sistematizados ao longo do tempo. Então, quanto mais precoce é a intervenção mais rápido pode-se ver uma evolução. “O transtorno do espectro autista não tem cura. Então o processo de reabilitação visa intervir nos comportamentos que estão alterados ou inadequados para que a pessoa possa ter a melhor qualidade de vida possível. Dependendo do grau e da severidade do TEA.”
Qual é a importância da participação da família no tratamento?
Ainda hoje, pessoas autistas sofrem preconceito na sociedade. A falta de informação sobre as características do transtorno é uma das razões para a estigmatização.
Além desse grande desafio, outros são encontrados pelo caminho. Como o difícil acesso ao diagnóstico precoce e à intervenção de qualidade. “Muitas vezes a família não consegue arcar com o tratamento, são poucos os serviços públicos disponíveis e para além disso tem a questão da adaptação escolar”, explica Ana Leonor.
Para ela, a família precisa estar no centro do processo. A reabilitação na infância não existe sem a participação familiar. Porque a maior parte do tempo a criança passa em casa e não com o terapeuta. “Então, pais e mães precisam estar muito bem orientados, acolhidos e amparados, para que possam dar prosseguimento às orientações que são dadas. Esse fator é determinante para que a criança possa alcançar o seu pleno desenvolvimento. E é esse acolhimento que o Instituto Fale oferece às famílias.
A fonoaudióloga ainda explica que o ideal é os pais estarem atentos aos direitos da criança autista. É sabido que elas precisam de um pouco mais de atenção dos pais. Para isso, existem leis que resguardam pais de filhos autistas. Como a jornada de trabalho reduzida sem diminuição no salário para pais servidores públicos.
O Instituto Fale é o principal centro de referência para a Primeira Infância em Brasília. Nossos profissionais são especialistas em desenvolvimento da linguagem, fala, cognição e habilidades motoras. Fazemos atendimento bilíngue e provemos total acolhimento às famílias atendidas. Agende aqui sua primeira consulta.